sábado, 8 de janeiro de 2011

Dezembro

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Cometemos um grave erro. Um preço alto a se pagar pela melhor noite que tive em minha vida. Era uma gélida manhã de Domingo em Londres, onde acordei cedo, vesti sua camiseta e me dirigi ao banheiro de sua suíte. Lavei meu rosto e me olhei rapidamente no espelho voltando para a porta encostando-me no batente. Aproveitei a meia luz iluminando o quarto para observá-lo e naquele momento tomei consciência da loucura que havíamos cometido.
Ele dormia tão tranquilamente, mal tinha consciência do quanto nossas vidas iriam mudar. Então, pensar nas consequências de um ato tão belo porém tão perigoso, me fez entrar em pânico. Lágrimas de desespero corriam pelo meu rosto e tudo que pude fazer foi me encostar na parede e sentar no chão, pois a essa altura eu já havia perdido o controle de mim mesma.
Notando minha ausência ao seu lado na cama, ele despertou e caminhou lentamente em minha direção e sem que eu precisasse explicar qualquer coisa, ele se sentou ao meu lado e me abraçou.
- Erramos não é? - Indagou.
- Sim. - Respondi me aconchegando em seu peito.
- Eu imaginei. - Disse ele olhando para o nada, porém senti muita conformidade e segurança em sua voz.
- Você não está com medo? - Perguntei encarando-o.
- Estou aqui, não estou? - Respondeu ele de forma autoritária.
- Está. - Respondi assustada com seu tom de voz.
- Eu tenho você, não tenho? - Perguntou mais tranquilo.
- Claro que tem. - Respondi ainda assustada.
- Então não há o que temer.
- Mesmo?- Perguntei olhando em seus olhos.
- Mesmo. E se tiver algo que você tenha medo, deixe que eu tema por você. - Respondeu ele com uma voz calma e acolhedora.
- Eu te amo. - Declarei.
- Eu também. - Devolveu-me a declaração. E naquele momento qualquer coisa que pudesse me assustar, havia se erradicado de mim.

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