domingo, 14 de novembro de 2010

Afterlife - Parte 1


Acordar de um sonho nem sempre é ruim, mas ultimamente eu não estava com muito saco para isso. Em uma vida de estudante de colegial não há tempo nem ao menos para dormir quanto mais sonhar e quando menos percebi, já eram 8 da manhã do dia 8 de agosto de 2008 e mais uma vez lá estava eu indo para mais um dia da minha cansativa e estressante rotina de todos os dias. Levantei da cama e me dirigi até o banheiro onde tirava meu pijama enquanto entrava dentro do Box. Ligava o chuveiro para um breve banho matinal enquanto tentava ocupar meus pensamentos com alguma coisa, mas, as únicas palavras que surgiam em minha mente eram “que inferno”. Após sair do banho, vesti minhas tradicionais calças e sapatos pretos junto com uma camisa xadrez vermelha, apanhei minha mochila junto com meu aparelho de mp3 e desci para ir para mais um dia de escola.

- Não vai tomar café Vincent? – Disse Barbara, minha madrasta.

- Não, estou atrasado para a aula, até mais tarde. – Respondi saindo de casa.

Durante o caminho coloquei os fones do meu mp3 em meus ouvidos e procurei uma música para ouvir, escolhi “Bat Country” da banda Avenged Sevenfold era a primeira música que eu escutava todos os dias durante a minha ida à escola. Eu observava todos os outros alunos indo com seus carros importados pelas ruas, todos eles sem qualquer idéia de quem eram ou o que queriam fazer de suas vidas, eram apenas pirralhos de 17 anos de idade com um pensamento medíocre e vazio movido a estrógeno e testosterona. Eu não precisava de nada disso, era meu último ano e eu não via a hora de tudo acabar e não ver mais nada disso, erradicar tudo da minha rotina, mudar tudo de uma vez por todas, a música já estava no fim e eu já havia chegado ao meu destino.

- Você chegando antes do sinal bater, que milagre! – Disse Helena, minha única amiga na escola me encontrando na escadaria da porta principal do colégio.

- Eu não tive uma boa noite de sono, então saí da cama em vez de ficar perdendo tempo.- Respondi com um sorriso amarelado.

- Você nunca cansa da mesma desculpa? – Indagou Helena entrando comigo.

- É que eu tenho preguiça de arranjar outra. – Fitei-a.

- Você nunca vai mudar. – Me respondeu jogando o mesmo olhar.

- Está bem, chega disso, vamos logo para a aula. - Encerrei a conversa enquanto entrava na sala de aula com Helena.Passaram-se uma, duas, três horas até que o último sinal tocou e então saí da sala e me dirigi até a saída, tudo estava indo bem até quando fui atravessar a rua e tudo que eu lembrava era de um carro vindo em minha direção e de Helena em desespero correndo até mim.



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