
E lá estava eu, não tinha a menor idéia de onde me encontrava, mas, lentamente fui recuperando minha consciência e notei que estava deitado em uma cama que se assemelhava muito com um leito hospitalar iluminado por uma pouca luz solar incidida pela janela que estava de cortinas fechadas. Me sentei na cama e comecei a olhar para os lados, parecia não haver ninguém por perto, então avistei em uma cômoda logo a minha frente um crucifixo de prata, junto de um bilhete com meu nome escrito. Então me levantei e com certa dificuldade fui até o móvel pegar o bilhete, o abri e nele havia a seguinte mensagem:
“Em breve nos veremos, até lá, isto lhe será muito útil. – Diana”
Após ler o que estava escrito tomei em mãos o crucifixo e o encarei por alguns segundos. Enquanto tentava entender o que estava acontecendo, tudo estaria perfeitamente normal a não ser pelo fato de que Diana fosse minha mãe que havia morrido após meu nascimento. As coisas estavam muito confusas e eu precisava sair daqui então coloquei o crucifixo em meu pescoço guardei o bilhete em meu bolso e saí da sala onde eu estava me deparando com um imenso corredor, que assim como o quarto, era muito parecido com o de um hospital. Então olhei para os lados e vi uma porta no fim de um corredor parecendo que seria uma saída, corri até ela e abrí-a com violência mostrando uma cidade devastada, era como se houvesse tido uma guerra onde não houvessem sobreviventes. Saí andando pelas ruas a procura de alguém para me ajudar. Comecei a gritar perguntando sem sucesso se havia alguém por aqui, então me sentei em um banco na calçada quando comecei a ouvir um som muito estranho do qual não havia a menor idéia do que poderia ser.E então notei que uma sombra havia coberto o meu corpo e quando olhei para trás havia uma criatura prestes a me dilacerar com uma foice, então em um súbito reflexo, me joguei no chão escapando de seu ataque. Me levantei depressa e comecei a correr como nunca havia corrido antes quando fui surpreendido pela criatura que surgiu na minha frente, caí para trás e comecei a me rastejar para longe da criatura quando ela chegou a centímetros de mim, observou que eu possuía um crucifixo e imediatamente cessou seu ataque e desapareceu do mesmo jeito que surgiu.
- Você é novo por aqui, se saiu muito bem Vincent! – Exclamou um homem que estava sentado no capô de um carro e aparentava ter no máximo 30 anos de idade de cabelos pretos e curtos que usava um chapéu e terno pretos.
- Quem é você? Como sabe meu nome? Que lugar é esse? O que era aquilo? – Disse me levantando e o encarando.
- São muitas perguntas Vincent, mas elas explicam o porquê de você querer se tornar um jornalista. – Disse o homem rindo de mim.
- Quer parar de rir de mim e responder o que perguntei? – Respondi perdendo minha paciência.
- Tudo em seu tempo jovem jornalista, meu nome é Ícaro, esse lugar, bom, você que conhece bem a literatura, podemos dizer que é como os Campos Elíseos.
- Campos Elíseos?! Aquilo queria me matar e você chama isso aqui de paraíso? – Indaguei a Ícaro.
- Te matar? Vincent, você já está morto! – Parei por um instante, arregalei meus olhos e dessa vez, a ficha acabara de cair.
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